domingo, 8 de janeiro de 2012

O Cristão e a Política

Você ao ler este artigo pode ter uma idéia já formada, um conceito já preconcebido — um preconceito — sobre o tema da política.
Talvez você já tenha citado alguma das frases abaixo:
• “Eu não me interesso por política porque só vejo corrupção e escândalos no meio político”.
• “Político é tudo igual — todos são desonestos!”
• “Eu só me interesso um pouco por política na época das eleições”.
• “Depois que elegemos um candidato, não sabemos o que ele faz, como ele está trabalhando, que projetos ele apóia”.
• “Cristão tem que cuidar da sua fé e não se meter em política”.
Entretanto, quero expor alguns aspectos que considero de grande valia para meditarmos. Vivemos num tempo de crise das instituições políticas: falta ética a muitas pessoas que deveriam representar bem o povo, que deveriam servir bem à Nação; a corrupção espalha-se como um câncer; desrespeita-se a vida humana de forma banal; a violência compõe o cotidiano de qualquer cidade brasileira, como se fosse uma paisagem característica; há um desvio da finalidade política; existe o descaso aos mais necessitados, aos miseráveis, menos favorecidos. A desigualdade social continua, e o caos social está estabelecido.
Creio que você concorda com todas as afirmações acima. Mas também é interessante perceber a ética individual, os nossos valores pessoais, pois sabemos que o coletivo é formado por vários indivíduos, e se quisermos transformar o coletivo, temos que mudar o indivíduo.
Muitas vezes, o cidadão, sim aquele que cobra posturas éticas de seus representantes é o mesmo que dirige na contramão quando é tarde da noite e não tem ninguém trafegando na rua; ou aquele que vendo um saco de Salgadinhos aberto no supermercado, mete a mão no que não é seu e come; ou ainda aquele que, ao ser multado por um Agente de trânsito, pede-lhe que retire a multa, que dê um “jeitinho”, ou até tenta suborná-lo, ele exige, mas não faz por onde merecer.
Como cristãos, não apenas somos chamados a viver com ética, mas também a sermos seguidores do “amemo-nos uns aos outros” I João 4:7 somos chamados a sairmos de nós mesmos, a voltarmo-nos para o outro, olharmos para o coletivo, para o bem público. Chamados à mudar, para mudarmos nossa realidade. Abraham Lincoln disse algo interessante: ‘‘O que é necessário para mudar uma pessoa, é mudar sua consciência de si mesma’’.
Isto se concretiza também no votar muito bem, no informar-se, no conversar com os amigos sobre política, no saber o que a Igreja, perita em humanidade, pensa sobre política, no analisar os candidatos e os partidos, no saber quais as funções dos cargos eletivos. O Cristão não pode se abstiver de exercer sua cidadania. Pra quem pensa que Jesus em sua terra não foi um homem político,se engana, basta ver as diversas vezes em que ele combateu fortemente a hipocrisia de membros do Partido dos Fariseus:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, que pagais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Importava praticar estas coisas, mas sem omitir aquelas” (Mateus 23:23).
O fundamento para a vida política do cristão é Jesus Cristo e seus ensinamentos, dando extrema prioridade a Verdade e a Manutenção da Vida. Veja bem, quando falo cristão, não seguimento uma religião (Até por que Deus não se limita a religião, Deus é Deus), mas falo no âmbito de colocarmos pessoas tementes a Deus, e que valorizam a vida em primeiro lugar, como autoridades sobre nossas cabeças.
A Igreja nos ensina o Caminho para a Verdade, a fim de termos a plena Vida, nos trazendo entendimento e sabedoria também para aplicar isso à vida política. O Critério que mais pesa para votar em um candidato é sua posição em relação à defesa da dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até o seu fim natural com a morte. Afinal, coisas são coisas, e pessoas são pessoas, e nunca se devem tratar as pessoas como se fossem coisas, deve-se valorizar acima de tudo o indivíduo, o cidadão de bem, que na maioria das vezes é fiel a política, mas não tem o resultado da fidelidade da política para com ele.
O que a Igreja nos orienta é simplesmente votar segundo o critério do próprio Jesus Cristo: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” Citação do Livro Mateus 25:20.
Lembre-se que, ao votar, você estará dizendo para o seu candidato: “Eu apoio o que você pensa, concordo com a sua defesa à vida (ou à morte), quero para mim, para meus filhos, para meu Município, meu Estado, para meu País o que você quer. Pense muito nesse ano, analise bem cada situação e reveja seus conceitos sobre este assunto, afinal Ano Novo Feliz, só vale a pena, com novas atitudes, e novos sonhos.



Samuel Silva
Pastor Evangélico, Administrador,
MBA em Marketing e Comunicação pela Cambury/ECA-USP


ARTIGO PUBLICADO EM O JORNAL - DIARIO DA MANHÃ DIA 09-01-2012
http://www.dmdigital.com.br/novo/#!/view?e=20120109&p=18

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